sábado, 31 de março de 2018

PERDER PARA GANHAR A VERDADEIRA VIDA POR AMOR A CRISTO E AO EVANGELHO

S. Marcos 8.35b (Qualquer que perder sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará).

Às vezes me encontro pensando sobre os atos heroicos dos servos de Deus no passado. Questiono o verdadeiro significado e os frutos de suas ações. Eles se entregavam à morte, mas não negavam seus princípios. Diante de todos professavam serem servos de Jeová, discípulos de Cristo. E por essa fé sacrificavam a própria vida.
O profeta Daniel¹, por exemplo, foi lançado na cova dos leões para ser devorado por feras famintas porque recusou obedecer ao edito real que o proibia de invocar ao Deus verdadeiro. E ele orava três vezes ao dia. Não seria preferível parar com os rogos a ser lançado à destruição. Não! Apenas seria mais cômodo. Se ele cumprisse aquela ordem, estaria deixando de cumprir um preceito bíblico, não presenciaria um milagre em sua vida e perderia sua salvação. Assim disse o Senhor Jesus Cristo: “qualquer que perder sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará”. Os três amigos de Daniel – Hananias, Misael e Azarias - preferiram ser lançado na fornalha de fogo ardente a se curvar diante da estátua de Nabucodonosor. E por que o fizeram? Por amor a Deus, por honrarem seus princípios de servos de um Deus vivos.
No início da Era cristã, um exemplo fala alto ao meu ouvido. O de Inácio, bispo de Antioquia. Ao ser desafiado a negar a Cristo ou ser lançando aos leões, disse: “Sou como o trigo debulhado de Cristo, que precisa ser moído pelos dentes das feras antes de se tornar pão”. Além deste, vários se entregaram à morte, alguns foram queimados, outros decapitados, mortos à paulada, cerrados ao meio, comido pelas feras, tudo por amor a Cristo e ao evangelho. Hoje, em início do século XXI, estamos mais preocupados em salvar nossa pele, nosso nome, nossas vidas do que nossa alma. Somos capazes de pensar que se estivéssemos no lugar daqueles heróis da fé teríamos escapado “in leso” de tudo. Temos até uma solução fácil para todas aquelas situações por que passaram aqueles mártires. Nem de longe correríamos risco de morte.
Para o cristão hodierno é mais cômodo crer que Deus, conhecedor dos nossos corações, aprovaria nossas ações para ludibriar os algozes. Assim, no caso de Daniel pararíamos de fazer as orações só pra não sermos lançados à cova dos leões. No lugar dos amigos de Daniel não hesitaríamos em encurvar diante da estátua do rei em um ato “só para inglês ver”. Não faríamos diferente no caso do Bispo Inácio. Para livrar nossa vida de uma morte tão cruel a que um servo de Cristo não merece, negaríamos facilmente o nome de Jesus.
É isso que está ocorrendo nesta terceira década do pleno século XXI. Quantos já negaram a doutrina que aprenderam e se dobraram diante da estátua de homens só para não perder seus privilégios, cargos, posições, renunciaram seus princípios, rejeitaram a Cristo. Deste modo estão salvando suas vidas, mas perdendo suas almas.
Hudson Taylor² disse: “A obra fica difícil, torna-se impossível, aí o milagre acontece”.
Ah, amigo e irmão. Vale a pena entregar a vida por amor a Cristo e ao evangelho. Daniel presenciou o Anjo de Deus fechar a boca dos leões. Seus amigos passearam com o Senhor dentro da fornalha de fogo ardente. E Inácio foi recebido na glória eterna por Jesus. Eles venceram. Eles alcançaram à salvação de suas almas.
Vença você também, não tenha sua vida por preciosa, renuncie privilégios e ainda que isso custe sua própria vida não negue ao Senhor Jesus nem se afaste do Evangelho de Cristo. “Pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?” Mc. 8.36

¹ Profeta de Judá, no cativeiro Babilônico, por volta do ano 600 a.C.
²O pai das missões no interior da China, (1832-1905).