Salmos
23. 4 (Ainda que eu
andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque
tu estás comigo).
A presença de Deus tem deixado de ser prioridade na vida de muitas
famílias e até nas igrejas nos dias hodiernos. Estamos passando
tempos trabalhosos, nos quais o rebanho prefere estar sem pastor e
andar desgarrado a assumir compromisso de obediência ao Senhor. Além
disto, não estamos, realmente, interessados em nos alimentar de
pastos verdes, aceitamos qualquer capim seco que faça volume no
estômago (bucho). Quando paro a pensar sobre isso, não consigo
decifrar se ao menos sabemos se o Senhor está presente no redil ou
não. E se está, por que não o temos como Pastor e Senhor?
O
salmista faz questão de frisar a segurança advinda da presença
constante do seu Pastor. Ainda que tenha que passar por perigo de
morte, ele afirma que não há o que temer, pois a presença do
pastor é sinônima de vida. Os reveses naturais e até sobrenaturais
serão dissipados ao menor sinal nefasto contra o rebanho. Logo, a
fome, a sede, os ataques dos inimigos naturais, os desentendimentos
internos, ou qualquer situação adversa é corrigida pessoalmente
pelo verdadeiro Pastor.
Nota-se
que o percurso traçado pelo Senhor sempre conduz as ovelhas a
necessidade de transpor vales perigosíssimos, “a sombra da morte”,
mas não há o que temer porque ele está sempre presente. E como
podemos ter a certeza dessa presença santa conosco? Por duas razões
básicas: primeira, porque foi ele mesmo que afirmou “Eis que estou
convosco todos os dias até a consumação dos séculos”, e eu
creio, incondicionalmente, no meu Senhor; E, segunda, porque vivo
esta experiência com ele há muitos anos sem nunca ter sido
desapontado, Ele é fiel.
Verdadeiramente
o vale é um local perigoso. Muitas são as adversidades originadas
nele. Os deslizamentos que podem soterrar as ovelhas, ventos fortes e
contrários que podem desgarrá-las, lançando-as nas ribanceiras,
ainda, corrente de vento frio suficiente para provocar a hipotermia
da ovelha levando à morte pela falência de órgãos. Apesar de tudo
isso, o vale é o melhor caminho escolhido pelo verdadeiro Pastor, o
dono das ovelhas, porque é por esse ponto que ele conduz o rebanho
ao topo das montanhas, aos locais de verdes pastos e abundantes
águas.
Não há dúvida de que o salmista Davi conhecia todos estes perigos
existentes no vale, mas na expressão profunda de sua alma estão
registrados os cuidados dispensados pelo Pastor às ovelhas. O mesmo
rei Davi, por certo, conduziu o rebanho de seu pai por caminhos
difíceis, perigosos, a fim de alcançar e proporcionar algo melhor
ao rebanho. Agora, ele reconhece em seu pastor um cuidado ainda mais
excelente. O salmista tenta nos informar que o seu pastor não mediu
e nunca medirá esforços, tampouco desviará de caminhos difíceis,
para dar aos seus servos o melhor nesta vida e por fim a garantia de
vida eterna com Deus, o pai.
Temos, constantemente, anunciado que há pastos verdes e águas
mansas, cuidadosamente preparadas pelo verdadeiro Pastor, para saciar
o rebanho do Senhor. No entanto, muitas ovelhas ainda não pertencem
a este aprisco porque se contentam em estar comendo guloseimas e
pastos secos, não proporcionados pelo Pastor. E por estarem cheias,
não têm fome para ser saciada com as pastagens divinas. O pastio
seco não supre as necessidades nutritivas do rebanho. Cabe a cada um
de nós, que vivemos sob os cuidados do Senhor, anunciar que Jesus é
o verdadeiro Pastor, por seu intermédio recebemos os pastos verdes e
as águas tranquilas.