quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O verdadeiro pastor (Parte X)

Salmos 23. 4 (Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo).

A presença de Deus tem deixado de ser prioridade na vida de muitas famílias e até nas igrejas nos dias hodiernos. Estamos passando tempos trabalhosos, nos quais o rebanho prefere estar sem pastor e andar desgarrado a assumir compromisso de obediência ao Senhor. Além disto, não estamos, realmente, interessados em nos alimentar de pastos verdes, aceitamos qualquer capim seco que faça volume no estômago (bucho). Quando paro a pensar sobre isso, não consigo decifrar se ao menos sabemos se o Senhor está presente no redil ou não. E se está, por que não o temos como Pastor e Senhor?
O salmista faz questão de frisar a segurança advinda da presença constante do seu Pastor. Ainda que tenha que passar por perigo de morte, ele afirma que não há o que temer, pois a presença do pastor é sinônima de vida. Os reveses naturais e até sobrenaturais serão dissipados ao menor sinal nefasto contra o rebanho. Logo, a fome, a sede, os ataques dos inimigos naturais, os desentendimentos internos, ou qualquer situação adversa é corrigida pessoalmente pelo verdadeiro Pastor.
Nota-se que o percurso traçado pelo Senhor sempre conduz as ovelhas a necessidade de transpor vales perigosíssimos, “a sombra da morte”, mas não há o que temer porque ele está sempre presente. E como podemos ter a certeza dessa presença santa conosco? Por duas razões básicas: primeira, porque foi ele mesmo que afirmou “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”, e eu creio, incondicionalmente, no meu Senhor; E, segunda, porque vivo esta experiência com ele há muitos anos sem nunca ter sido desapontado, Ele é fiel.
Verdadeiramente o vale é um local perigoso. Muitas são as adversidades originadas nele. Os deslizamentos que podem soterrar as ovelhas, ventos fortes e contrários que podem desgarrá-las, lançando-as nas ribanceiras, ainda, corrente de vento frio suficiente para provocar a hipotermia da ovelha levando à morte pela falência de órgãos. Apesar de tudo isso, o vale é o melhor caminho escolhido pelo verdadeiro Pastor, o dono das ovelhas, porque é por esse ponto que ele conduz o rebanho ao topo das montanhas, aos locais de verdes pastos e abundantes águas.
Não há dúvida de que o salmista Davi conhecia todos estes perigos existentes no vale, mas na expressão profunda de sua alma estão registrados os cuidados dispensados pelo Pastor às ovelhas. O mesmo rei Davi, por certo, conduziu o rebanho de seu pai por caminhos difíceis, perigosos, a fim de alcançar e proporcionar algo melhor ao rebanho. Agora, ele reconhece em seu pastor um cuidado ainda mais excelente. O salmista tenta nos informar que o seu pastor não mediu e nunca medirá esforços, tampouco desviará de caminhos difíceis, para dar aos seus servos o melhor nesta vida e por fim a garantia de vida eterna com Deus, o pai.
Temos, constantemente, anunciado que há pastos verdes e águas mansas, cuidadosamente preparadas pelo verdadeiro Pastor, para saciar o rebanho do Senhor. No entanto, muitas ovelhas ainda não pertencem a este aprisco porque se contentam em estar comendo guloseimas e pastos secos, não proporcionados pelo Pastor. E por estarem cheias, não têm fome para ser saciada com as pastagens divinas. O pastio seco não supre as necessidades nutritivas do rebanho. Cabe a cada um de nós, que vivemos sob os cuidados do Senhor, anunciar que Jesus é o verdadeiro Pastor, por seu intermédio recebemos os pastos verdes e as águas tranquilas.