domingo, 6 de julho de 2014

REBECA E ISAQUE

Gênesis 24. 58 (Irás tu com este Varão? Ela respondeu: irei.)

Rebeca se despediu da família, ainda que insistissem pela sua permanência por mais dez dias antes de partir, mesmo assim não se deteve, disse adeus a todos e, acompanhada de sua ama, partiu montada no lombo de um camelo para a longínqua terra de Canaã a encontrar o seu futuro esposo. Na diligência cavalgava, junto aos bens, os presentes, a arca com o dote, a certeza de que Deus havia preparado um futuro certo para a nova família que seria edificada.
A longa caravana atravessou o deserto, ultrapassou montanhas, abriu caminho no vale, enfrentou o calor do dia e o frio intenso da noite, sofreu com os perigos das feras, chegando afinal, a Neguebe, à terra do futuro esposo. Ele habitava em Laai-Roi, ao sul de Berseba, próximo ao Mediterrâneo.
Isaque, um homem centrado em Deus, estava orando no campo, e quando levantou seu olhar viu os camelos que vinham em sua direção. Era o retorno esperado ansiosamente com a resposta de uma mulher que chegava para ser sua esposa, dando prosseguimento a linhagem patriarcal iniciada com Abraão, seu pai, e a continuidade da herança de um povo escolhido por Jeová.
Rebeca quando o viu que vinha andando ao seu encontro, perguntou ao mordomo Eliezer: “Quem é aquele varão que vem pelo campo? Este é meu senhor Isaque”, respondeu ele. Com mais detalhe, lemos: (Marina Colasanti. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 47.), “este é aquele com quem viverás para sempre, disse o chefe da caravana à mulher. Então ela pegou a ponta do espesso véu que trazia enrolado na cabeça, e com ele cobriu o rosto, sem que nem se vissem os olhos. Assim permaneceria dali em diante. Para que jamais soubesse o que havia escolhido, aquele que a escolhera sem conhecê-la.” O encontro foi memorável. Isaque a recebeu na casa de sua mãe, e foi-lhe por mulher, e amou-a.
O criado contou que quando saiu para ir a Mesopotâmia com dez camelos, sob juramento de trazer uma esposa a Isaque, da família de Abraão, fez uma oração a Deus, suplicando que lhe desse um bom encontro. Assim, pediu que, em lá chegando, ao saciar sua sede, caso a moça que lhe servisse também oferecesse água a todos os seus camelos seria a escolhida para integrar a família de seu patrão.
Porém, antes que terminasse a oração junto à fonte da cidade, local em que as moças vinham tirar água, a bela Rebeca chegou trazendo sobre os ombros um jarro, com o qual desceu a fonte e encheu de água e depois tornou a subir. “Dê-me um pouco dessa água para que eu beba”, disse o mordomo de Abraão. “Certamente, meu senhor”, respondeu a donzela. Depois acrescentou: “Vou tirar água para todos os teus camelos também.” Assim soube Eliezer que aquela era a escolhida de Deus para se casar com  filho de seu senhor.
Por isso, após os camelos terem acabado de beber, o servo de Abraão deu à moça um pendente de ouro pesando dez gramas, e duas pulseiras de ouro pesando quase cento e cinqüenta gramas. E foram à casa de seus pais para conhecer sua família. O pai de Rebeca era Betuel, filho de Naor, irmão de Abraão. O mordomo, Eliezer, então, inclinou com o rosto em terra e agradeceu a Deus que o trouxe a casa dos parentes de seu senhor.
Chegada a hora de retornar com as boas novas suplicou que o deixasse voltar. Os pais de Rebeca interrogaram a moça: “Irás tu com este varão?” Ela respondeu, “irei”. E com as bênçãos do pai partiu com sua criada que sempre cuidara dela ao encontro de Isaque. Ele a recebeu por esposa e a amou. Grande foi este amor que serviu de consolo quando perdeu sua mãe.
Abraão é um legítimo tipo de Deus, o pai, Isaque o tipo de Cristo, o filho, que ama e espera a sua noiva. A igreja, formada por pessoas que ao longo da vida vai saciando a sede de muitos, é a legítima representante da noiva. Ela deve decidir se quer ir ao encontro do noivo. Ele está sempre de braços aberto a sua espera e o encontro será glorioso.