quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ABRÃO QUE É ABRAÃO¹ VI


          O retorno de Abrão do Egito foi marcado por ações que dignificaram aquele servo de Deus como um líder a ser seguido. Não bastasse a necessidade de encarar seus comandados após ter mentido diante de Faraó, agora voltava conscientes de que um homem mesmo acreditando estar fazendo a coisa certa pode cometer erros, porém deve ter personalidade e caráter de um servo de Deus para reconhecer sua falha e retomar sua vida sem culpa. E isso só acontece quando o perdão é buscado e alcançado diante do Senhor. Desta forma, Abrão foi restaurado por Deus e, então, pode resgatar seus familiares da decepção e da vergonha.
       A nova etapa de sua vida foi cheia de desafios. É certo, porém, que cada obstáculo enfrentado representava uma provação permitida por Deus para transformar esse homem exaltado (Abrão) em um servo humilde (Abraão). O texto de Gênesis 13 registra como se deu a volta da comitiva de Israel: “Subiu, pois, Abrão do Egito para o lado do sul, ele e sua mulher, e tudo o que tinha, e com ele Ló. E era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro. E fez as suas jornadas do sul até Betel, até ao lugar onde a princípio estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; Até ao lugar do altar que outrora ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do SENHOR. E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos; porque os seus bens eram muitos; de maneira que não podiam habitar juntos. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló.” (Gênesis 13:1-7a)
          O problema não era escassez de alimento ou falta de recursos, mas a falta de relacionamento entre os integrantes da comitiva. Quando em um grupo surge uma liderança paralela toda a equipe está fadada ao insucesso. Os líderes intermediários são importantes quando lideram pequenos grupos a fim de motivá-los a submissão ao líder maior. Assim a tendência natural será alcançar o sucesso com toda a equipe. E Abrão sabia disto, por isso tratou logo de permitir a cisão dos insurgentes antes que Ló ganhasse a simpatia e conquistasse outros seguidores e o prejuízo fosse ainda maior.
          No entanto, Abrão não ficou no prejuízo porque escolheu seguir a orientação de Deus que o chamou quando estava em Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã. Sua escolha estava sob a ótica de Jeová, suas palavras foram brandas e sua atitude capaz de agradar ao Senhor: “E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; e se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda. (Gênesis 13:1-7)
         Oh! Que belo exemplo deixado por Abrão. Seríamos capazes de agir de forma semelhante em pleno século XXI? Deixar o oponente escolher é abnegar dos seus direitos a fim de evitar um conflito desnecessário. Os exemplos de Abrão revelam que a imagem que construímos a partir de nossas atitudes ao empregarmos valores básicos como: respeito, disciplina e solidariedade, determinam o grau de confiabilidade e aceitabilidade em nossa liderança. Assim os problemas são superados, a direção é consolidada e as bênçãos de Deus são derramadas sobre a comitiva do servo do Senhor.

¹ (I Crônicas 1.27)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ABRÃO QUE É ABRAÃO V


            A presença dos cananeus, inimigos do povo de Deus, não foi o único problema que enfrentou Abrão na condução do povo de Israel. O versículo 10, do capítulo 12 de gênesis deixa claro que havia fome na terra, no local em que o servo de Deus estava com a comitiva, composta de homens, mulheres, crianças e animais. Todos dependiam e cobravam dele uma solução. Nesta hora, a decisão humana superou a orientação divina. Abrão desceu para o Egito em busca de alimento.
      Assim acontece com muitos, inicialmente são confiantes em Deus e fazem a profissão de fé, sob juramento afirmam que nunca negarão ao Senhor, mas ao enfrentarem situações adversas se desesperam, nutrem suas vidas com o medo e anulam a fé. Quantos têm descido ao Egito, símbolo do mundo sem Deus, não suportando as provações.
       É verdade, Abrão desceu ao Egito sem a aprovação de Deus, mas também é certo dizer que o Senhor cuidou dele e de todos os que com ele estavam. O Senhor nunca abandona os seus servos, mas o homem vacilante acaba por virar as costas para Deus. Abrão errou ao tomar a decisão ir para o Egito, Ele saiu da direção de Deus. Depois errou também ao combinar com sua mulher a fim de se apresentarem como irmãos por medo de ser morto em terra estranha. A bíblia diz que um abismo chama outro abismo. Quem desce ao mundo sem Deus acaba participando das mesmas ações mundanas, Abrão estava mentindo.
       A mentira é inconcebível a um servo de Deus. Abrão mentiu, agora necessitava urgentemente de uma mudança de vida. A interferência divina foi o socorro de que precisava. É interessante o processo de Deus na vida de Abrão (exaltado), para transformá-lo em Abraão (bênção). Por intervenção do Senhor, ele foi expulso do Egito e teve que voltar ao lugar de onde saiu. Graças ao Senhor Jeová, aquele homem de Deus teve oportunidade de retornar e recomeçar sua caminhada do mesmo local onde outrora saíra da direção de Deus.
      É importante permanecer na posição que Deus nos chama apesar dos infortúnios que surgem em nossa caminhada. O texto de Genesis 12. 11-20 mostra-nos como Abrão tramou sua conduta sem a orientação divina e como o Senhor proveu seu livramento e retorno ao lugar donde saíra. Hoje, minha oração é nesse sentido, que o Senhor transforme homens auto-suficientes em servos obedientes a Deus. Caro leitor, caso você esteja caminhando fora da orientação divina, apresento-lhe a oportunidade de recomeçar a caminhada em Cristo, basta crer nele e confessá-lo como seu Senhor e Salvador pessoal.