segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O verdadeiro pastor (Parte XI)

Salmos 23. 4b (A tua vara e o teu cajado me consolam).

O pastor utiliza dois instrumentos indispensáveis na condução das ovelhas, a vara e o cajado. Um é símbolo de autoridade e o outro de direção e amor. Com esses materiais, ele infunde em seus seguidores a confiança, a segurança e a certeza da vitória. Nenhum inimigo ousará desafiar a autoridade do condutor de rebanho, haja vista ter em sua mão uma arma poderosa, a vara. Um objeto que pode ser usado tanto na defesa como no ataque. Também nenhuma de suas ovelhas ficará sem o seu socorro, pois ele tem o cajado para trazer junto de si todos aqueles que necessitam de seu amparo e carinho.
Modernamente os conceitos dados a esses dois objetos desvirtuam o entendimento que o salmista tenta expor. Hoje vemos a vara com um artefato de correção e o cajado de enfeite. Porém o entendimento estabelecido no princípio é o da equivalência da extensão do braço do pastor, que nos permite reconhecer suas propriedades comuns, como dois exemplares que se materializam na realidade das ovelhas para lhes trazer consolo.
A bíblia registra que o Senhor tem braço poderoso, mesmo assim utiliza de instrumentos simples para revelar o seu cuidado de forma visível e particular. A vara na sua mão aponta para um maior alcance do seu braço, que representa sua força, sua disciplina e sua autoridade, e é, portanto, para a suas ovelhas, a Palavra de Deus. Por intermédio dela somos corrigidos e conduzidos na verdade e no caminho certo, Jesus. Como Moisés, um tipo do libertador de Israel, trazia em sua mão uma vara ao conduzir o povo, assim também o verdadeiro pastor tem em sua mão a vara, a Palavra de Deus, Ele livra a suas ovelhas da morte e as conduzem a Jerusalém celestial.
O cajado é o instrumento que o pastor usa para apoiar-se e, também, para trazer as ovelhas mais próximas de si. Esse objeto representa o Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Por meio dele recebemos a mensagem de consolo, temos o refrigério para a nossa alma. E é ele que nos guia a toda verdade, a Cristo Jesus, o nosso Senhor.
Um grande pastor sempre espera bons resultados de sua criação, na produção e no aumento do rebanho. Mas isso não vem do acaso, exige habilidades e disposição do criador para planejar e executar a tarefa de condução das ovelhas até alcançar a suficiência às múltiplas necessidades do rebanho. Para isso, ele trabalha a favor do seu rebanho munido de dois instrumentos que facilitam a sua tarefa e permite uma maior proximidade com as ovelhas.
No caminho, é possível que algumas delas não atentem perfeitamente para a voz do seu pastor e acabem desgarradas. O pastor, nesse caso, precisa enfrentar a realidade, atuando na recuperação das extraviadas. Para essa tarefa o cajado é o instrumento requisitado, porque por meio dele a ovelha é alçada da sua posição afastada de Deus e recolhida para bem perto de seu dono. Porém, quando há necessidade de fazer alguma correção mais severa, a vara deve ser empregada. A junção e inter-relação destes dois objetos, vara e cajado, na mão do Pastor nos fazem reconhecer, em diferentes momentos e diversas situações, como parte integrante do rebanho particular do Senhor, o verdadeiro Pastor.
O salmista parece estar satisfeito com o emprego destes instrumentos de correção e ajuda. Ele afirma que a vara e o cajado infundem alento, trazem consolo. Isto deixa claro que o objetivo do verdadeiro pastor nunca foi o de castigar suas ovelhas, mas de conduzi-las em amor.
Certamente, o tratamento amoroso na condução das ovelhas gera nelas a confiança no Senhor. E isto é alguma coisa tão séria porque determina, profundamente, sua condição de crente, haja vista que a confiança é produzida pela fé. Apenas quem ousa a acreditar nele é capaz de tê-lo como Senhor, pois sem fé é impossível agradar ao Senhor. Creia nele e terás o seu consolo. Creia no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa!