domingo, 23 de outubro de 2016

A REFORMA PROTESTANTE 499 ANOS DEPOIS.



Aos Romanos 1.17 (O justo viverá da fé).

 
           A reforma religiosa ocorrida no século XVI foi um dos maiores acontecimento da história depois do advento do cristianismo. O movimento reformista começou com as inquietudes religiosas do fim da Idade Média quando todos se sentiam culpados e o medo do julgamento divino os assolava. A cisão ocorrida dentro do catolicismo aconteceu num período que ficou conhecido como a idade das trevas, e foi o resultado do declínio moral e espiritual pelo qual passava a Igreja, quando predominava a ignorância das Sagradas Escrituras, a qual fora substituída por um ritualismo mortal e pela prática da simonia¹.
         Nesta época, os pregadores e teólogos estiveram preocupados com o pecado e viam este período como um aviso e uma oportunidade de concerto com os padrões e condutas exigidas para o exercício da fé, com vista a uma recompensa eterna. Por isso, trabalharam na tentativa de fazer com que as pessoas aceitassem os escapulários das indulgências e das relíquias. Estas novas formas doutrinárias passaram a ser comercializadas por se entender que eram as soluções espirituais e banalizaram as convicções religiosas.
               O Monge Martinho Lutero não tinha por objetivo a criação de uma nova denominação religiosa, mas a pregação da justificação pela fé, pois tinha interesse na salvação dos homens. No dia 31 de outubro de 1517, ele afixou 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Witterberg com intuito de discutir os temas relevantes à fé, com vista alcançar à correção de distorções e abusos que estavam ocorrendo contra a sã doutrina e a vida eclesiástica e, assim, recolocar a Igreja sobre suas verdadeiras bases, o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sobre Cristo a Pedra Angular da Esquina. Essa data é relembrada como o marco da deflagração do cisma em que se transformaram as atitudes daquele servo de Deus.
                       A reforma protestante não só encerra o período da Idade Média como também marca o início dos tempos modernos. Esse grande acontecimento foi estabelecido sobre três princípios fundamentais: 1) A supremacia das Escrituras Sagradas sobre a tradição; 2) A supremacia da fé sobre as obras; e 3) A supremacia do povo cristão sobre um sacerdócio exclusivo.
                   Ao relembrar esse fato histórico faço apologia à verdade e lanço meu “protesto” contra a constante deterioração espiritual que vem ocorrendo no meio cristão e, portanto, reafirmo os três princípios da reforma protestante. Isto porque, apesar de muitas vozes sinceras, há lobos vestidos de ovelhas a destruir o rebanho, conduzindo-o na contramão das Escrituras, negando a fé e se colocando na posição de mediador entre o povo e Deus. Suas palavras vêm arranjadas aos textos bíblicos a fim de amedrontar as pessoas, as quais terminam manipuladas e extorquidas por ações desses líderes corruptos.
              Os anos se passaram, os meios de informação aumentaram, mas hoje, 499 anos depois, ainda há pessoas que se deixam ludibriar por homens privados da verdade, numa completa ignorância a Palavra de Deus seguem suas dissoluções e desvios doutrinários, um retorno à idade das trevas, com a valorização do ritualismo mortal e pela prática da comercialização da fé.
                      Os escritores sagrados apontavam para esse período de maneira convincente, apresentando o perigo do fim dos tempos, um anúncio apocalíptico que gera angústia coletiva e expõe o medo.
                  Necessitamos urgentemente de uma reforma que nos faça voltar as Escrituras Sagradas, à fé genuína em Cristo e ao comprometimento com o sagrado pela entrega individual ao Senhor. Carecemos de “Elias” dispostos a enfrentar os profetas de Baal, de “João Batista” capaz de expor sua cabeça, mas não se calar diante dos farisaicos modernos e “Lutero” com coragem de se opor a comercialização do Sagrado. Precisamos, todos, voltar a viver da fé.

¹Prática da comercialização de artigos sagrados como forma de alcançar a benção e a salvação.